terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Hopenhague: sem esperanças.

Por: Lucas Molinari

Tínhamos esperança, mas o que vimos na cúpula do cop15 foi um belo fracasso e diversão. Todos estavam em clima de nostalgia e assim relembraram suas infâncias jogando batata quente. A responsabilidade virou bola de fogo (como nosso planeta)cada um jogando para o outro lado, e as divergências políticas afastavam cada vez mais a garantia de um acordo de grande efeito. Os países da Europa chegaram no evento com uma meta de reduzir em 30% as emissões, enquanto o maravilhoso país do Mickey Mouse chegou com uma parcela extraordinária de redução, 4%. Dai virou aquela jogatina: "se você não faz, eu também não faço".
Os EUA são bastante relutantes quanto à redução, para eles isso não é lucro. Com o pensamento de que reduzir emissões é reduzir produção industrial e com isso ficam com menos cacife para manter suas guerras. É claro que sofrem pressões das multi empresas lá existentes, pois foram firmados acordos políticos, e até mesmo os homens de estado são grandes empresários, então não há muito o que se esperar. Os únicos que estão preocupados são os próprios americanos que tentam fazer sua parte, mas a elite não contribui para que seus atos surjam grandes efeitos.
E os ching-ling? Estão se tornando a maior potência mundial silenciosamente e não estão nem ai para o aquecimento global, estão tentando fazer alguma coisa para não sujar suas imagens. Não preciso falar mais nada.
O acordo foi uma dependência mundial dos países ricos ( EUA e China), eles foram a peça, a chave de tudo. Agora me pergunto: por que? Por que o planeta inteiro tem que depender do acordo entre dois países? Todos deveriam cumprir metas. O que vimos foi as grandes potências fazendo financiamentos para exigirem que os países pobres façam alguma coisa. É a mesma coisa que pagar a fiança de um criminoso e largar ele na rua, e deixar que continue matando, roubando, estuprando.
No final assinaram qualquer coisa para não dizer que não fizeram nada. Um texto escrito para não deixar o planeta aquecer até 2050 em 2 graus Celsius, que é o máximo que os cientistas dizem que a temperatura pode chegar sem que ocorre grandes catástrofes. Esses caras tem um belo espírito aventureiro, tem que chegar no limite se não, não tem graça. É bem mais simples reduzir do que deixar chegar ao extremo perto do caos. E os paises industrializados vão fazer um fundo monetário para arrecadar 30 bilhões de dólares aos paises mais pobres. Copenhague foi um fracasso.

Obs: Hope em português significa esperança, dai que surgiu o termo "HOPENHAGUE" utilizado por manifestantes durante a convenção. E logo após o término do evento começaram a dizer "FLOPENHAGUE".A tradução de flop é fiasco.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Olimpíadas no Brasil, agora não tem volta.

Por: Giulia Lacerda
Prós
Agora é fato, o Brasil vai sediar as Olimpíadas de 2016. Apesar de ter torcido contra, eu imagino que o COI não escolheria o Rio entre tantas outras cidades se não apresentasse reais condições para a vaga. Partindo dessa ideia, deve haver alguns pontos a favor do nosso país.
Um ponto a favor dos Jogos Olímpicos no Rio é o investimento no esporte. Claro que, para isso, não precisaria que o evento viesse até o Brasil. Mas, já que por aqui as coisas funcionam dessa forma, que pelo menos haja um incentivo a jovens atletas do país inteiro para que possam não somente representar o Brasil em 2016, como também nas competições futuras. Se a infra estrutura for como prometida, o que vão faltar são pessoas para usufruí-la e para isso é necessário que a aposta no esporte seja contínua, mesmo após os Jogos. Caso isso aconteça, muitas pessoas podem ser beneficiadas, porque com o esporte pode haver uma melhora conjunta na saúde e educação da nova geração.
Com as Olímpiadas muitos empregos serão criados. Os otimistas estimam que os jogos irão gerar cerca de 120 mil empregos diretos e outros 300 mil indiretos. Apenas para o ramo hoteleiro está prevista a criação de 18 mil novas oportunidades de trabalho. Além disso, a prefeitura do Rio pretende contratar 800 professores de inglês para que já no ano que vem a classe de alfabetização tenha aulas do idioma. A previsão é que 177 mil alunos sejam beneficiados com esse projeto. Esse investimento nas crianças sem dúvida trará benefícios na sua formação e poderá mudar de certa forma o futuro do país, caso o projeto seja realizado de maneira correta e sem data para acabar.
Outra mudança acontecerá no turismo. Muitos dizem que a vitória do Brasil pode acabar com a visão equivocada que o mundo tem do nosso país. É verdade que, se bem feita, as Olimpíadas podem mesmo mostrar um outro lado ainda desconhecido do Brasil. A média de crescimento no turismo é de 1% a 2% ao ano. Tendo como base o que ocorreu em Sidney, o número de turistas pode aumentar 15% no ano anterios dos jogos.Esse mudança no turismo pode levar a uma melhora na economia do país também. Diz-se que os jogos devem estimular novos investimentos que podem chegar a R$90 bilhões, principalmente na cidade sede.
Contras
Mas, como sabemos, no nosso país a maioria das vezes as coisas não acontecem como prometidas. Dessa forma, chego a conclusão que muitos fatores podem influenciar para que as Olímpiadas tragam mais prejuízos do que qualquer outra coisa. Só em candidaturas já foram gastos mais de R$ 180 mihões desde 1992.
São constantes as denúncias de lavagem de dinheiro, corrupção, funcionários fantasma, etc, e com isso é quase impossível acreditar que durante as Olimpíadas os políticos não dêem um jeito de passar a mão nos bilhões destinados às obras. Um exemplo disso foram os Jogos Pan Americanos, quando o Rio gastou muito mais do que estava previsto. Além disso, a cidade também não entregou partes importantes do projeto, como a melhoria do transporte. Fora que até hoje a cidade não conseguiu prestar contas sobre as denúncias de superfaturamento, equipamentos comprados sem necessidade, entre outras coisas.
Faltam investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança, transporte, e com tantas outras deficiências no país parece falta de consideração e descaso com a população gastar tanto dinheiro com apenas um evento, que pode beneficiar somente uma cidade.
Uma situação agravante é a segurança. O Rio, sempre visando lucrar com os turistas, mobiliza as forças armadas durante esses grandes eventos para passar uma falta sensação de que tudo está sob controle. Isso mostra que o objetivo do estado, e do país, é sempre garantir a entrada de dinheiro (que vai não se sabe para onde) sem que este seja investido em melhoras para os nossos cidadão, e sim para aqueles que vem de fora. Isso me faz acreditar que tudo o que hoje é considerado um ponto a favor do evento ser realizado no Brasil, serão transformados em pontos contra, por serem esquecidos logo após o encerramento dos jogos.
Nosso presidente e tantos outros que foram defender a candidatura do Rio de Janeiro dizem que o Brasil está pronto para receber os jogos, mas diante dos últimos acontecimentos no país fica difícil acreditar nisso. Com tantas pessoas desabrigadas por conta das enchentes, pessoas passando fome, esperando em uma fila sem fim atendimento médico, me pergunto como se pode gastar bilhões de reias em um evento e ainda convencer todas essas pessoas de que isso será bom para o país e, consequentemente, para elas. Vejo apenas mudanças momentâneas, como uma tentativa de tapar o sol com a peneira para que possamos causar uma boa impressão lá fora.

Automobilismo Sustentável

O termo sustentável está se tornando algo mais comum em nosso cotidiano. Aos poucos vem ocupando espaço na nossa diversidade social, deixando de ser apenas uma jogada de markenting para se tornar parte da consciência e exigência de todos. Até mesmo no âmbito esportivo a prática sustentável tem ganhado destaque. Nada melhor do que um esporte com grande visibilidade no país, que solta toneladas de gás carbonico na camada de ozônio, começar a dar seus primeiros passos para a conservação do meio ambiente.
Prova disso foi a Corrida Verde da Stock Car, que teve sua largada na prova a pé de 10km, no último dia 11, em Curitiba. Aproximadamente 1500 participantes compareceram, além da presença de 12 pilotos da modalidade, provando que também correm fora do carro. O evento teve como objetivo conscientizar a população sobre os problemas ambientais, buscando meios alternativos para amenizá-los.
No último domingo (25), na etapa de Curitiba, a Stock Car apresentou o motor movido a etanol que será usado nas provas a partir de 2010. A preocupação com a sustentabilidade começou com a Corrida Verde, marcada pela neutralização do carbono e reciclagem de resíduos sólidos. O novo motor será mais leve e potente, mas o mais importante é a redução da quantidade de poluentes emitidos. A gasolina, utilizada hoje, polui 80% a mais do que seu futuro substituto, o etanol.
Todas as emissões de carbono provenientes das duas corridas foram compensadas através do programa Carbono Neutro, que calculou a quantia de 112 tcCO2e (cento e doze toneladas de Carbono Equivalente) nos eventos. A compensação foi realizada através do plantio de 560 árvores nativas da região em matas ciliares do Rio Barigui, no parque Tingui com garantia de monitoramento, manutenção e reposição de mudas pelo prazo de 5 anos.
Na quinta-feira antes da Corrida Verde, alguns pilotos simbolicamente plantaram mudas para representar a causa. Muitos deles não tinham informações prévias a respeito do projeto, mas se mostraram interessados no assunto. Popó Bueno foi um dos que mais se importou em conhecer o programa de neutralização e as espécies que mais sequestram carbono.
A inciativa da Stock Car mostra que realmente há uma preocupação em poupar o planeta das agressões que vêm sofrendo. Uma mudança como essa afetará todos aqueles interessados no esporte, pois haverá uma conscientização do assunto. Além disso, servirá como incentivo ao uso de um combustível menos poluente e de grande escala na produção nacional.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quebrando barreiras

George Huxley

Quebrando barreiras

A superação é capaz de sobrepor leis de inclusão existentes há mais de uma década.

Há 16 anos leis dão direito ao portador de deficiência um espaço no mercado de trabalho, porém é um processo que vem crescendo de maneira demasiadamente lenta. Toda empresa que têm de 100 a 200 empregados deve reservar 2% de sua vaga para pessoas com deficiência, quem têm de 201 a 500 funcionários, a cota reservada é de 3% e, para as que têm de 501 a 1.000 empregados, é de 4%. As principais ações abriram portas para portadores de deficiência com melhor preparação, deixando a grande maioria excluída do mercado. Mas a criatividade e a persistência do ser humano vêm mostrando que todos são capazes de superar qualquer barreira para ter uma vida digna sem qualquer preconceito ou exclusão.

“As coisas são processuais na vida da gente, elas não vem ao acaso, a gente tem que ir construindo os objetivos” comenta Paulo Ross, professor de pedagogia da UFPR, é portador de deficiência visual, nasceu com glaucoma congênito e começou a perder a visão a partir dos 3 anos. Diz ser a favor das leis de cotas, pois onde há carência de acesso, é preciso que sejam elaborados recursos para que se tenha uma melhoria. “Se uma gestante precisa de cuidado especial para ficar em pé, porque pode prejudicar a circulação, precisa de uma cota para a gestante ficar na fila, só pode ficar 15 minutos” citou.

Ross, enquanto cursava pedagogia, sentiu a necessidade de um apoio especifico. A falta de acessos a materiais dificultaram seus estudos, e a educação especial na época era restringido apenas para o ensino fundamental e médio sendo praticamente nulo ao ensino superior. Ele afirma que não tinha apoio de professores da universidade, contava com a ajuda espontânea de colegas que se voluntariavam a ler em algum momento se encontrassem, sem que a instituição tomasse iniciativa. “O aluno Paulo era visto como um etê, que viria uma fada mágica e traduziria todo o conhecimento em um chip que o Paulo haveria de ter na sua cabeça”,disse

Marcelo Silva Pereira de Castro é artesão e portador de autismo. Trabalha apenas com madeira, fazendo jogos, porta CD, porta cartões. Expõe seus produtos na feira do Largo da Ordem há 11 anos, conseguindo ter um bom relacionamento com o público sem que sua deficiência impedisse seu trabalho. Sua brincadeira de criança virou profissão, “meu interesse começou quando tinha 8 anos, comecei a brincar com objetos de madeira e vi numa construção pessoas usando serra circular e outras ferramentas” conta Marcelo Silva. Quando criança, seus pais passaram por grandes dificuldades por falta de informação de sua deficiência. Os médicos da época diagnosticavam que tinha deficiência auditiva, mas não convenciam seus pais, pois sabiam que ele escutava. Só na adolescência quando sua mãe estava assistindo um filme na televisão descobriu do que se tratava a doença de Marcelo. A família passou por grandes dificuldades pela falta de informação levando-o a fazer tratamentos traumáticos. “Se tivessem o conhecimento do autismo e o diagnóstico correto quando ele era criança, muita coisa teria sido mais fácil e provavelmente, ele nunca teria precisado fazer um tratamento que ele fez em SP “ comenta sua irmã Cassiana Silva Castro.

Márcia Regina Rodrigues Miranda trabalhou durante muito tempo em escolas de educação especial com deficientes mentais. Dentro das escolas observava que alguns alunos se sobressaiam em educação artística, porém era uma área que não tinha professores especializados. A partir de então decidiu fazer faculdade de artes, para suprir essa necessidade dentro da escola. No seu último ano de faculdade, criou um projeto para elaborar trabalhos artísticos dentro das escolas. Juntou um grupo de alunos da FEPE ( Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional), com problemas de comportamento, que não faziam nenhuma atividade, fazendo com que elaborassem desenhos e pinturas. “ Eu busquei dentro da escola que eles tivessem um trabalho de oficina e que esse trabalho tivesse venda fora da escola”, o resultado foi o melhor possível. Mas devido às burocracias, para que alunos tivessem uma renda partir de seus trabalhos decidiu montar um ateliê somente para portadores de necessidades especiais para que seu projeto de fato surgisse efeito. “Eles tem comissão em tudo que vendem, então vender uma barrica, por exemplo, é R$150,00 metade é deles e metade é do ateliê para bancar os materiais. Eles estão numa idade que tem que ver o trabalho deles como um trabalho profissional.” Com as vendas os alunos conseguem guardar dinheiro para comprar suas coisas. Felipe Tezza, portador da Síndrome de Down, já comprou um computador novo e algumas roupas.

Enquanto as leis e a falta de políticas públicas para o processo de inclusão seguem um caminho parcialmente lento, com barreiras burocráticas e adaptações. Existem pessoas que quebram todas as barreiras para se incluírem na mesma sociedade e serem consideradas normais. E deficiência é normal.