quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desconstruindo uma informação.

A gazeta do povo e o blog do Fábio Campana (Assessor de Beto Richa) apresentaram duas versões sobre o mesmo assunto.
Ontem em comício em Curitiba, Lula disse: “Duvido que se fosse o Fernando Henrique Cardoso, ou alguém do partido dele, ele [Beto Richa] teria feito em Curitiba metade das obras que ele diz ter feito”, afirmou o presidente . “A mim não interessava quem estava na administração e sim o respeito ao povo do Paraná”, (informação tirada do jornal Gazeta do Povo).
Já Fábio campana, não sitou nenhuma fala de lula e disse: "Lula acabou passando um atestado de capacidade ao tucano Beto Richa, ao dizer que o ex-prefeito de Curitiba fez muitas obras com o apoio do governo federal."

Isso é destorção e manipulação de informação;

Vejam as máterias completas:
Gazeta: http://ow.ly/2ITvE
Fábio Campana: http://ow.ly/2ITxK

Lucas Molinari

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Carta Anônima

Bom dia a todos(as):

Foi realizada uma reunião, nesta segunda-feira (23 de agosto) com a UNDIME-PR, (União dos Dirigentes Municipais de Educação do Paraná), juntamente com os candidatos ao cargo de Governador do Estado do Paraná: Osmar Dias (PDT) e Beto Richa (PSDB) para apresentarem suas propostas sobre Educação.

Por ocasião, foi observado, por todos que lá estavam, que dentre os articuladores da campanha de Beto Richa (PSDB), a principal assessora de Beto Richa, sobre assuntos relacionados à Educação é ninguém mais, ninguém menos do que Zélia Maria Lopes MAROCHI a (Zélia Marochi), que, por "coincidência" foi superintendente de Educação na gestão da ex-secretaria de Educação do Paraná, Alcione SALIBA, durante o Governo Lerner. (lembram?)

Dessa forma, podemos perceber que é iminente a possibilidade de nosso Estado ser novamente “GERENCIADO” por Zélia Marochi, Saliba, e todo o grupo que com elas estiver, trazendo os velhos e malignos discursos da Qualidade Total na Educação, estimulando a competição e não a colaboração entre diretores e professores, o da Clientela de alunos, meramente clientes de uma "escola empresa", o da Reciclagem de professores, como se fossemos lixo, o da Capacitação pela Motivação, sem qualquer conteúdo pedagógico e o discurso dos Amigos da Escola, que isenta o Estado sobre as responsabilidades sobre a Escola Pública e consequentemente o teremos o Esvaziamento de Conhecimentos em nossas escolas.

Esperamos que todos os professores do Paraná percebam que corremos o risco de estar entregando a Educação Pública do Paraná nas mãos da Iniciativa Privada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

 A fórmula 1 e o povo brasileiro

Por: Edmilson Lacerda

Eu não vou aqui chover no molhado e afirmar que na Fórmula 1 os interesses empresariais se sobrepõem aos esportivos, pois esta além de não ser uma afirmativa original também não representa a realidade apenas desta modalidade esportiva.

A luz dos acontecimentos deste final de semana eu quero é ir um pouco além e divagar sobre o comportamento de nós brasileiros enquanto individuos.

Neste ano a Fórmula 1 apresentou algumas novidades, mas o que ela trouxe de melhor foi o fato de três grandes equipes possuirem seis grandes pilotos: A MacLaren com seus dois pilotos britânicos,Lewis Hamilton e Jenson Button, a Red Bull tem o australiano Mark Webber e a revelação alemã Sebastian Vettel, e finalmente a Ferrari trouxe o espanhol Fernando Alonso para compor a equipe com o brasileiro Felipe Massa.

O que na teoria eu já imaginava começou a acontecer na prática. Bons pilotos em equipes boas com carros competitivos fatalmente brigariam entre si. Já vimos isto no passado com Senna x Prost; Piquet x Mansel; e isto é espetáculo garantido.
  
Em corridas recentes a Red Bull teve os seus dois pilotos disputando posição, e quem levou a pior foi o alemão Vettel. Os dois vinham rápido, Webber em primeiro e Vettel em segundo, e após ter uma sinalização da equipe de que o Webber estava mais lento, o alemão jogou o carro para tentar a ultrapassagem e acabaram se chocando. Vettel abandonou a prova fazendo sinais com a mão e dando a entender que o companheiro de equipe era louco. A equipe tratou de colocar panos quentes na discussão. Em outra corrida aconteceu a mesma coisa, desta feita com a MacLaren: Buton e Hamilton protagonizaram um duelo de arrepiar, com ultrapassagem de Buton e depois o troco de Hamilton. Emoção pura!
  
Na corrida da Inglaterra, realizada em 11 de julho, Mark Webber venceu o duelo interno novamente contra seu companheiro de equipe Vettel, e ironizou via rádio para todo o mundo ouvir: "Nada mal para um segundo piloto!". Ele estava se referindo ao fato de que o Vettel tinha danificado um componente do carro durante os treinos e a equipe decidiu que ele usaria o equipamento do carro de Webber. A polêmica foi mais longe e Webber declarou publicamente que se soubesse que as coisas seriam daquela maneira na equipe não teria renovado o contrato. 
 
 Estamos falando de polêmicas envolvendo dois britânicos, um alemão e um australiano. Todos funcionários de suas equipes, todos necessitando mostrar resultados e sofrendo as pressões do dia a dia como qualquer mortal, e todos sujeitos a demissões. Mas com atitudes fortes e corajosas.
 
 Vamos agora aos fatos mais polêmicos da temporada envolvendo Massa e Alonso:
 
 No Grande Prêmio da China Massa estava na frente de Alonso e durante a entrada do safety car ambos se dirigiam para os boxes para trocar pneus. Só que na entrada dos boxes Alonso fez uma manobra improvável e passou Massa. A manobra foi legal, mas nada ética. Causou discussão e desconforto em muita gente. Massa se saiu com esta: "Foi uma manobra normal". Normal o caramba, foi no mínimo sacanagem! Alonso com isto teve a troca efetuada e Massa perdeu mais de 30 segundos por ter que esperar a troca do espanhol. De lá para cá a motivação de Massa despencou e ele não era nem a sombra do que o colocou na Ferrari. Isto até este final de semana passado.
 
 Domingo, 25 de julho, Grande Prêmio da Alemanha, Massa largando em terceiro acelera e toma a frente de Vettel e Alonso. Largada limpa, e tudo se encaminhando para uma vitória do brasileiro, com Alonso em segundo e Vettel em terceiro. Porém o áudio do carro do Alonso é liberado pela transmissão e o que se ouve é um Alonso irado e irônico falando com a equipe: "Isto é ridiculo!" Alonso estava se referindo ao fato de estar atrás de Massa e seu carro era mais rápido. Eu traduziria o que Alonso estava querendo dizer da seguinte forma: "Ei, sou o primeiro piloto desta equipe, sou bi-campeão mundial, estou com mais pontos que este cara. Tirem ele da minha frente".
 
 Logo em seguida foi liberado o áudio do carro de Massa. O engenheiro fala em inglês soturno e pausado o seguinte: "Alonso é mais rápido que você. Confirme se você entendeu." Novamente me reservo o direito de transformar este comentário num outro imaginado e direto: "Sai logo da frente cacete! Não atrapalha ou você pode sofrer consequências internas na equipe, e até ser demitido."
 
 A imagem que se vê em seguida é o Massa desacelerando e Alonso passando tranquilamente pelo brasileiro, para terminar a corrida em primeiro e Massa em segundo. Ao final, o chefe da equipe Ferrari solta a pérola a Massa: "Sorry!". Sorry é a pqp! Vai pedir desculpas pra o escambau. Eu revoltado vi ainda Massa ser abraçado fraternalmente pelo chefe da equipe ao sair do carro. Vergonha!
 
 Pausa...reconfigurando memória: Alguém lembra do Barrichello na Ferrari e as presepadas que aprontavam para ele para beneficiar Schumacher? Ouve até uma corrida em que Barrichello deixou o alemão passar na reta da bandeirada. 
 
 Alguém lembra do episódio Nelsinho Piquet, que se envolveu numa armação e bateu por ordem da equipe na Renault para beneficiar o companheiro de equipe, que era...deixe ver...ALONSO? 
 
 Pois é. Não culpo Massa, Nelsinho ou Barrichello por suas atitudes ou a falta delas. Digo a falta delas porque o correto era ao ouvir ordens esdrúxulas vindas dos boxes, desligar o rádio do carro, e partir para a vitória numa boa. E deixasse o Alonso vir para cima para ver o que era bom. Na pior das hipóteses ambos sairiam da corrida. E deixasse a chapa esquentar depois. Alguém já ouviu falar de alguém ser punido por ganhar, ou querer ganhar? 
 
  Massa representa o povo brasileiro. Não falo de representar o povo na Fórmula 1, visto que está lá por conta própria, ganha R$12,0 MILHÕES por ano, e não estar muito preocupado com o que pensam dele aqui fora. Falo de representar o povo brasileiro na atitude. E ai a coisa fica complicada. Aos olhos do mundo atitudes como esta nos atingem profundamente. Por que será que não mandam o Webber abrir para o Vettel passar? Sabe por quê? Por que ele não vai abrir, não vai obedecer. "O que um não quer, dois não fazem." Para ilustrar o que os gringos acham dos brasileiros, recentemente li que o Stalone estava gravando no Brasil e questionado sobre o nosso país se saiu com esta pérola: "O brasileiro é um povo engraçado, a gente vem aqui, explode tudo, mata gente, e eles nos dão macaco de presente." Ele estava ironizando sobre o fato de vir aqui fazer um filme de ação, violento, e que todos o tratam super bem. Que absurdo! Quer dizer que é assim que nos vêem lá fora? Os caras chegam aqui, fazem qualquer merda e ainda ganham presentes? 
 
 Pessoal, vamos cair na real. O que acontece com o Massa acontece diariamente. Nas empresas somos sacaneados o tempo inteiro. Se trabalhamos numa multinacional os gringos vem aqui e "cagam" na nossa cabeça, nos detonam, fazem merda, se acham acima do bem o do mal, e o que nós fazemos? Não falamos nada, ainda decoramos um Welcome ou um Thank you só para impressionar. Somos inseguros, somos incapazes de dizer um não, mesmo que a ordem seja rídicula. Conheço amigos que venderam suas almas em troca da "segurança" no emprego, como se o mundo não fosse ávido por pessoas capazes e criativas. 
 
 Para cutucar mais um pouco a ferida, quero também dizer aqui que nos rendemos diariamente aos poderosos, a manipulação da imprensa, diariamente vestimos a carapuça do Felipe Massa para dizer "sim senhor" a Globo, aos senadores, ao policial na rua, ao flanelinha. Quando alguém vem e desafia o senso comum e denuncia, critica, automaticamente é matratado, desrespeitado, sacaneado. Alguém por ai  lembra do que fizeram com o Dunga? Se eu disser que havia uma luta entre o sistema e o Sr. Dunga alguém acreditaria? Não estou aqui defendendo os métodos dele ou a sua escalação, estou aqui simplemente dizendo que não era interessante para a Globo que o Dunga se sagrasse campeão Mundial. Porque se o modelo "Dunga" fosse vencedor, o modelo seria copiado, e isto traria prejuízos comerciais para a toda poderosa GLOBO.
 
 Somos individuos sem força de vontade, sem atitude. Temos preguiça mental, e acreditamos em qualquer empulhação. Temos um potencial gigante para o realizar, somos criativos, somos competentes, mas nos falta a auto-confiança. Se o Massa quer ser o "cordeirinho" dentro da Ferrari para garantir os seus rendimentos, tudo bem, é um direito dele. Mas não fale em nome de um povo, não coloque uma bandeira no peito ou no capacete. Se quer representar um povo, faça bem feito, de o exemplo. Afinal, já tivemos este exemplo em pelo menos três personalidades na Fórmula 1: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
 
 Mas ainda há esperança. Fico com a alegria de assistir a um Brasil x Russia de volei neste domingo em que o Brasil se sagrou pela nona vez campeão da liga mundial. Fico com a alegria de ver o Brasil estar perdendo o quarto set por 21 a 16, e no pedido de tempo uma voz no meio do grupo dispara: "Caral..., vamos fechar logo este set e acabar logo com eles." A voz em questão era do Giba. O Brasil voltou para a quadra, venceu o set e finalizou o jogo em 3 sets a 1.
 
 Parabéns volei brasileiro pelo título conquistado e pela atitude demostrada.
 
 Massa, assista à uns videos do Ayrton Senna para aprender como é que deve se comportar um brasileiro ilustre e idolatrado no mundo inteiro. 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mais um passo na Democracia: Estatuto de igualde racial é sancionado

O Estatuto tem como objetivo “destinar e garantir a população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica”. A lei sancionada ontem pelo Presidente Luíz Inácio Lula da Silva, dará um grande passo para a real democracia brasileira, sem distinção da cor da pele.

É hipocrisia pensar que preconceito e desigualdade racial não existam. É só olhar ao redor e ver a luta enfrentada todos os dias pelas famílias negras brasileiras, a exclusão é extramente visível. Imagine você dentro de um restaurante, com o qual o valor seja acessível somente para quem for de classe média para cima. Quantas famílias negras vocês veem sentados, jantando? Quantas famílias vocês veem dentro de carros de custo alto? E dentro das escolas, universidades particulares, e ensino superior público, quantos alunos negros estão matriculados? São poucos, o número é totalmente insignificante. Somente através de cotas estes números começaram a crescer. Toda essa ausência é devido a exclusão e falta de oportunidade, isto não poderia ser normal quando se trata do 2° maior país do mundo em população negra. Onde estão todas estas pessoas? Estão lutando para dividir o mesmo espaço que o seu.

Entre os 65 artigos publicados pela Lei, vale a pena comentar de alguns, como: a obrigatoriedade do estudo da história geral da África e da população negra nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados ; A implementação de políticas públicas para a inclusão dos negros no mercado de trabalho; O direito a oportunidades de empregos para atores, figurantes e técnicos, nas produções de filmes e programas destinados a veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.

Além disso, a lei representa a construção de um novo ramo do Direito, o Direito Étnico, já existente nas legislações da Índia, África do Sul, Estados Unidos e países que tiveram experiências segregacionista. Que usufruem da constituição para dar mais liberdade, e estabelecer medidas para acabar com a desigualdade perante os negros.

O Estatuto completo está disponível para o download no site: http://www.portaldaigualdade.gov.br/destaques/presidente-lula-sanciona-estatuto-da-igualdade-racial-na-terca-20/view

Por: Lucas Molinari

terça-feira, 20 de julho de 2010

Você é contra o MST?

A história de nosso país começou por um processo de colonização, escravidão, e ocupação de grandes latifundiários. Uma nação com extrema riqueza natural, que foi concentrada nas mãos de poucos. A terra produtiva, por sua grande maioria, é voltada para o lucro centralizado e dominação agrícola. Quando poderia estar sendo utilizada para a criação de empregos, de cooperativas, no avanço da agricultura familiar, e no fim da fome no Brasil. E é isto que o MST defende.

Hoje é evidente a luta de classes existente, o campesinato lutando com todos as forças por um espaço, já dominado pela burguesia. Muitos reclamam que o movimento é extremo violento, mas não veem a violência cometida pelas ações da classe dominante. É justo um pequeno agricultor, com sua família, ter que migrar para os grandes centros urbanos, por não conseguir sobreviver na sua própria terra ? A consequência disto é a pior possível. Isto gera uma instabilidade social, esta família vai morar nas favelas, não irá conseguir emprego, e no desespero, o homem é capaz de fazer de tudo para dar alimento ao seu filho e a si.

O capital fez questão de transformar tudo em mercadoria. A agricultura foi monopolizada, comandadas por grandes empresas, que não se preocupam se estão degradando o meio ambiente, com desmatamentos, com a utilização de transgênicos que destroem a fauna e a flora, que este quando chega em nossa mesa, pode causar sérios danos a saúde. A produção de alimentos é voltado para o comércio, exportação, quando deveríamos ter uma diversidade de plantações. Quantas vezes você come soja na semana? E milho? Por que produzimos tanto o que não comemos?

Precisamos mudar essa visão errônea que temos do MST. Você é a favor de geração de emprego e renda para agricultores? Você é contra esste êxodo urbano? Você gosta de comer alimentos cancerígenos? É contra a devastação do meio ambiente? Esta luta é do MST.
Por: Lucas Molinari

Entre Deus e o Diabo.

As vezes me pergunto: Qual o problema em alguém ser gay? O que vai mudar em minha vida se o meu vizinho se casar com um homem ou a minha vizinha se casar com uma mulher? Isso vai me afetar? Isso vai afetar a vida de uma pessoa que vive em outra cidade, outro estado ou até mesmo outro país? Então por que as religiões e algumas pessoas rejeitam essas escolhas? Se Deus deu vida a uma pessoa ela não tem direito de fazer a sua própria escolha? Onde está o livre arbítrio? Se a bíblia nos dá essa opção por que queremos impor nossos costumes a outras pessoas? Como há pessoas no mundo que acreditam na paz mundial se quando são confrontadas a outras culturas as ignoram e as menosprezam e tentam impor a sua dizendo: “Isso é coisa do Diabo, quem faz isso não será aceito por Deus”. Como direi a um budista que o que ele faz é algo contra a bíblia se para ele a bíblia é algo contra os ideais dele?

É difícil entender a sociedade, mas é fácil entender por que há tantos problemas na sociedade. Principalmente porque há tantas guerras, tanta violência, tanto preconceito e tanta discriminação. Onde está a diferença entre um homem branco e um negro? Não há diferença. Mas a sociedade insiste em encontrar diferenças.

Mas de onde vem esses ideais ou essa forma de pensar? Sim, por que a sociedade é uma massa de modelar. E existe algo ou alguém que a modela. E esse algo ou alguém é a mídia. É difícil entender ou acreditar. Mas com o que que as pessoas gastam maior parte de seu tempo? Com novelas, filmes, telejornais, páginas na internet, etc. Tudo isso é mídia. Ao assistir um filme ou uma novela conte quantos personagens negros tem, melhor, se entre os personagens principais há algum negro. Nos telejornais, quantos são negros? Quantas vezes você já viu ele apresentando um noticiário? Aposto que foi quando o jornalista principal estava de férias. Nos comercias de TV, publicidades na internet ou em outdoors pelas ruas, repare se entre os modelos há algum negro ou negra.

É difícil vencer as diferenças em um mundo em que só há “um modo de vida”. É pequena a parcela da população que sabe diferenciar as informações que lhe são impostas dos seus ideais ou crenças. Mas e a massa? O que acontece com a maior parte da população? Aceitam esses costumes como se isso fosse normal, engolem essas informações e passam a acreditar nelas.

Para ficar mais claro vamos a um exemplo. Quando há uma novela de grande aceitação do público e o principal tema é homossexualismo, e na trama ele é aceito, não há preconceitos entre os personagens e todos aceitam de forma normal. (Como deveria ser). A tendência é de que a sociedade aceite, e pode ter certeza de isso acontecerá. Mas se for um caso contrário. Na trama há preconceito e todos os personagens repudiam o homossexualismo. A tendência é que a sociedade também repudie.

Assim fica fácil entender como a sociedade está defasada, não há conhecimento, não há compreensão, não há respeito pelo próximo e nem respeito próprio. Sim, pois se uma pessoa acredita apenas naquilo que os outros acreditam, ela não tem respeito por si.

Neste exato momento pense em tudo que você acredita ou pelo menos pensa que acredita, e procure entender de onde vieram essas crenças ou ideais. Tente se descobrir, saber o por que você gosta ou não daquilo ou disso. Em quem você acredita e por que?

Desta maneira tente descobrir o seu eu, tenha auto-conhecimento. Só assim você poderá ter noção do seu mundo e saber como viver melhor nele.
Por: Jorge Rossa

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Brasil: Considerações Históricas, Avaliação Atual e Perspectivas da Esquerda para 2010

Quando aqui chegaram os portugueses, não tinham por objetivo construir uma colônia de povoamento, como aconteceu em países colonizados como Estados Unidos, Canadá e Austrália. Aqui, juntamente com toda América Latina e a África, se instalou uma colônia de exploração. E isso determinou toda nossa história, continua condicionando a realidade brasileira até nossos dias. Para citar um pequeno exemplo de como isso faz diferença no que diz respeito ao desenvolvimento, podemos confrontar a realidade do sul do Brasil, onde houve, em um segundo momento, grandes contingentes populacionais de imigração européia de povoamento, com a realidade nordestina, onde esse processo não aconteceu. Isso explica, em parte, a diferença nos níveis de riqueza, desigualdade e educação que marcam as diferenças entre o sul e o nordeste do Brasil até os dias de hoje.

Desde a época da conquista, nosso país tem uma história de exploração. As grandes potências da época, aliadas à elites conservadoras residentes em nosso país, implementaram um modelo produtivo que tinha por único objetivo explorar os recursos naturais e o trabalho do povo brasileiro para gerar riquezas para poucos bolsos: grande parte fora daqui, outra parte para as elites que aqui serviam de representantes locais dos interesses estrangeiros. No começo nossa metrópole foi Portugal, depois foi a Inglaterra, até pouco tempo atrás eram os Estados Unidos.

Mudavam planos econômicos, transformavam-se os regimes de governo, modificava a conjuntura internacional, mas a essência continuava a mesma. E a partir dessa lógica, que não é exclusividade do Brasil, um gigante no que diz respeito aos recursos naturais foi transformado em um dos campeões mundiais de desigualdade social. Ou seja, aqui a contradição do sistema capitalista se manifestou do modo mais intenso, gerando uma pequena elite que tem acesso a todas benesses do mundo moderno, convivendo ao lado de uma imensa massa de esfomeados. Não cabe aqui fazer uma análise exaustiva de todo esse processo histórico, apenas apontar alguns elementos que podem direcionar uma ação coletiva transformadora nesse ano eleitoral de 2010.

A sociedade brasileira, tanto no período colonial, quanto no Brasil império, baseava-se na exploração de mão de obra escrava. A economia era predominantemente agrária e estava voltada para a exploração de matérias primas. Desta forma, no final do século XIX e início do século XX, na contramão das lutas populares da Europa que propunham um novo modelo socioeconômico conhecido como comunismo, nossas elites, assim como boa parte de nossa “intelectualidade”, travaram a disputa pela instalação de uma república burguesa, relegando ao segundo plano qualquer modelo produtivo e social que visasse igualdade econômica e justiça social. Contribui significativamente para isso, o fato da inexistência de grandes contingentes proletários, pois como já assinalamos, nossa economia não era industrial, e sim agrária escravagista, constituindo uma barreira à discussão sobre o comunismo. Essas diferenças entre a sociedade brasileira e as sociedades européias industrializadas se manifestavam em tempos históricos distintos: as pessoas viviam realidades diferentes que se transformavam em ritmos bastante desiguais. No auge das atividades socialistas da Europa, aqui se lutava para que a terra deixasse de ser colônia, que se abolisse a escravidão e se firmasse como um país independente.

No início do século XX, com o advento da criação da República no Brasil, e logo após a primeira guerra mundial, o movimento operário, que sentiu mais sensivelmente a crise deflagrada no mercado mundial por conta da recessão a que se seguiu à guerra, iniciou sua organização. Em 1917, por conta dos baixos salários e das péssimas condições laborais, teve inicio um grande movimento grevista iniciado pelos tecelões paulistas que foi seguida por muitos operários. Apesar do forte esquema repressivo que causou a morte de um trabalhador, o movimento chegou a reunir cem mil pessoas em São Paulo. De 1917 à 1920 houveram mais de duzentas greves operárias no Rio de Janeiro e em São Paulo. Já em 1º de maio de 1919, o dia do trabalhador foi comemorado na Praça Mauá, com mais de 50 mil pessoas pedindo a redução da jornada de trabalho para oito horas.

Somente na década de 1920 as idéias socialistas tomaram fôlego no Brasil. Ajudou nesse processo a fundação do partido comunista em 1922 e a organização massiva dos operários buscando sindicalizarem-se. E no mesmo ano as agitações culturais trazidas à tona com o advento da Semana de Arte Moderna, que traduziam em seu bojo os ideais de igualdade social. Contudo, a república brasileira, forjada nas elites dominantes tupiniquins e inspirada nos republicanismos estadunidense e francês, não permitia levantes de cunho socialistas, combatendo com força extrema os grupos que com este ideário se identificassem.

Neste período, e apesar do forte esquema de repressão utilizado pelos governos que se sucederam, surgiram grandes movimentos revolucionários, que por vezes se confundiam ou confluíam para a esquerda no Brasil, dando vazão, por exemplo, à maior marcha que um exército empreendeu sobre a face da terra em outubro de 1924. A Coluna Prestes, primeiramente conhecida por Coluna Invencível, percorreu 25 mil quilômetros e atravessou 13 estados brasileiros. Foi perseguida por tropas governamentais de efetivo muito superior, travando incontáveis batalhas e infringindo grandes derrotas ao governo, até se retirar em 1927 para a Bolívia sem ter sido uma única vez derrotada. Apesar de não se declarar comunista ou mesmo socialista, a Coluna defendia ideais comuns aos socialistas e comunistas brasileiros da época. Com isso, contagiou os diversos movimentos de esquerda do país, bem como viria a inspirar mais tarde, através de seu grande líder, Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança (de quem a coluna empresta o nome), um ideário social, político e econômico identificado com o comunismo. O próprio Prestes acabaria se perfilando às fileiras comunistas pouco mais tarde.

Em outubro de 1930 a aliança liberal derrotou a chamada “Política do Café com Leite” que revezava no poder, os políticos de São Paulo e de Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais e também os maiores produtores de café e leite. E isso conduziu Getúlio Vargas à Presidência do Brasil, dividindo o operariado brasileiro. De um lado trabalhadores que se mostravam sensíveis às medidas tomadas pelo governo Vargas, como a redução da jornada do trabalho para 8 horas e a instituição de leis trabalhistas que protegiam os trabalhadores. De outro lado perfilaram operários que entendiam que tais leis eram populistas, demagógicas e paternalistas e em nada contribuiriam para a emancipação dos trabalhadores.

Nesta mesma época, Prestes retorna de forma clandestina ao Brasil, já escolado no marxismo-leninismo e casado com a alemã Olga Benário. Juntamente com grande parte do Partido Comunista Brasileiro, adere à Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento recém fundado e formado majoritariamente por militares comunistas e socialistas insatisfeito com o Governo Vargas. Mesmo clandestino, é eleito Presidente de Honra da ALN, que se transforma na principal organização popular do país e que seria fechada e declarada ilegal pelo governo em 1935. Em novembro de 35, os comunistas inconformados com a perda de seu “instrumento de tomada do poder”, organizam o que seria conhecida como Intentona Comunista.

O levante fracassou e o governo Vargas utilizou habilmente este fato para acenar que um golpe comunista se avizinhava e desencadeou uma onda de repressão no Brasil, preparando o aparato estatal para um golpe político-militar, com o objetivo de instaurar no país uma ditadura. Exatos dois anos após a Intentona Comunista, Vargas dissolveu o congresso e instaurou um regime francamente ditatorial, intitulado Estado Novo. Prestes, Olga e os demais líderes da Intentona, assim como diversos intelectuais e políticos de oposição, foram presos e barbaramente torturados. Olga foi deportada para a Alemanha nazista, apesar de estar esperando uma filha do líder revolucionário e morreu em um campo de concentração nazista. O Estado Novo flertava com os regimes nazi-fascistas da Europa e por pressões estadunidenses, rompe com o Eixo e toma lado aos Aliados na Segunda Grande Guerra. Após o fim da barbárie mundial, Getúlio decide reformar o regime. Mas seu esforço foi inútil: Vargas foi deposto por um golpe militar em 1945 dando fim o Estado Novo.

Após a segunda guerra mundial, onde o mundo se digladiou no maior absurdo da história humana, duas potências saíram vitoriosas. De um lado os Estados Unidos, representando o Capitalismo de Mercado. De outro a União Soviética, onde Stalin consegue deturpar o marxismo e a utopia socialista para criar o Capitalismo de Estado e um dos regimes de maior repressão e crueldade do planeta. As duas potências que combateram o nazismo – uma versão da ideologia fascista que mescla um sistema produtivo capitalista nacionalista, desenvolvimentista e militarista com preconceito racial, religioso e sexual como política de estado – se transformaram nos impérios da época e dividiram o planeta sob sua influência. E todos os países que tentaram se libertar de seus domínios, seja de um lado ou seja de outro, tiveram seus povos massacrados.

Aqui em nosso continente não foi diferente. Para conter as revoluções socialistas que estavam em gênese, alimentadas pelo alinhamento ideológico com os ideais marxistas e com a União Soviética1, os Estados Unidos financiaram e organizaram ditaduras militares cruéis por toda América Latina. No Brasil, Vargas volta ao poder em 1950, para em 1954 suicidar-se e perpetuar o trabalhismo brasileiro como principal vertente política da época. Conduzindo assim, sucessão após sucessão, esse modelo como parâmetro ao governo central brasileiro. Desta forma, Juscelino Kubitschek é eleito presidente e leva a cabo a proposta de industrializar o país, transformando o Brasil em uma sociedade predominantemente urbana. As bases para uma revolução operária estavam finalmente estabelecidas com quase meio século de atraso em relação à Europa.

No começo dos anos 60, Jânio Quadros sucede Kubitschek, que pouco mais de seis meses depois viria a renunciar. Assumiu seu vice, João Goulart. Porém, a pressão dos políticos conservadores e dos chefes militares levaram o congresso a mudar o regime, instituindo o parlamentarismo, que duraria pouco, pois um plebiscito posterior restaurou o presidencialismo. Jango, apelido de João Goulart, era o herdeiro político de Vargas e pregava as “reformas de base” como saída para a grave crise econômica que o Brasil enfrentava, com sua inflação galopante e queda abrupta do poder aquisitivo do povo.

Os conservadores se inquietavam, e tais propostas de reformas davam margem ao discurso conservador de que se instauraria uma república sindical no Brasil, o que ajudou a inflamar os gorilas do alto comando militar a um golpe civil-militar em 31 de março 1964. Patrocinados pela elite conservadora brasileira e pelo império estadunidense, os militares depuseram Jango, fecharam as organizações de esquerda ou populares. Ainda determinaram a cassação de diversos políticos de esquerda ou que simplesmente se opunham ao regime civil-militar. O Congresso Nacional ficou capenga, perdendo seus mais combativos membros e passando a ser uma instituição que legitimava o golpe e o regime, elegendo de forma indireta os presidentes que os chefes militares designassem. Nessa época, tivemos um dos maiores indíces de crescimento econômico de nossa história, mas a riqueza continuou concentrada em poucas mãos, aumentando ainda mais a desigualdade social de nosso país.

Tais características da política econômica da ditadura tiveram conseqüências nefastas: as condições de vida e de trabalho no campo pioraram e a população passou a emigrar, em ritmos cada vez mais desesperados, para as grandes cidades, o que resultou num aumento vertiginoso da população urbana favelada. Outra característica marcante dos anos de chumbo, ainda na área econômica, foram os incentivos adotados para promover a modernização do capitalismo, abrindo caminho para o crescimento do capital especulativo, resultando no aumento vertiginoso da dívida externa do Brasil.

O regime ditatorial civil-militar que se iniciou em 64 teve sua fase mais dura a partir de 68, quando foi baixado o AI5 (Ato Institucional Número Cinco) que tornou as prisões arbitrárias em assunto de segurança nacional, avolumando o número de pessoas presas, torturadas e assassinadas, instrumentalizando os aparatos repressivos e instituindo um regime de terror e sangue. Mas como a ditadura começou a perseguir indiscriminadamente pessoas das mais diversas matrizes ideológicas, acabou por desagradar grandes setores da sociedade, em especial parte da classe média que havia apoiado o golpe e financiado o regime de loucura aqui instaurado.

Como o regime havia “eliminado a praga comunista”, que era seu principal objetivo, através de seu aparato de torturas e prisões arbitrárias, bem como o chamado milagre econômico não era sentido pela maioria da população, o regime acabaria perdendo o pouco apoio popular e econômico de que dispusera. Já na década de 70 começaria a sofrer grandes derrotas eleitorais. Um dos principais articuladores do golpe de 64, o Ministro Golbery, que dentre tantas “maquinações” havia criado o chamado senador biônico, que era indicado pelo presidente para manter uma maioria no senado, ficaria encarregado agora de construir uma abertura política lenta, segura e gradual preparando assim a volta dos gorilas e seus tanques aos quartéis, deixando um país com economia fraca e extremamente dependente social, cultural e economicamente das potências estrangeiras.

Em 1984, o último capitulo do golpe foi encenado, elegendo indiretamente – mesmo depois de grandes manifestações populares pedindo eleições diretas: o movimento pelas Diretas Já – para presidir o Brasil o então senador Tancredo Neves, que antes mesmo de assumir viria a falecer deixando o cargo para o seu vice, José Sarney. Vale a pena notar que ambos fizeram parte da base de apoio do governo militar e em tempos distintos saíram em direção ao MDB, partido de oposição consentida pelo regime.

Com esses acontecimentos internos, a queda do muro de Berlim e a bancarrota da União Soviética, os espaços começaram a se abrir para a democracia em nosso continente. E dentro desse processo histórico, alimentados pela força que foi acumulada pelo sindicalismo no ABCD paulista com outros diversos movimentos sociais, surge a gênese do Partido dos Trabalhadores, que se transformaria no maior e mais importante partido de esquerda da América Latina. O PT ajudou a consolidar a democracia em nosso país, serviu e serve de exemplo de luta social para diversos povos oprimidos em nosso continente.

Esse partido, canalizando em sua organização a inquietação da classe trabalhadora, esteve ao lado de outras forças políticas progressistas e participou ativamente da liderança do movimento pelas Diretas Já. Assim, ajudou no processo de organização que culminou com o povo nas ruas pressionando os militares a deixarem o poder e manifestando-se pelas eleições diretas. A oposição aos militares apresentou uma emenda constitucional que previa eleições diretas já em 84. Tal emenda foi rejeitada pelo Congresso Nacional e com isso o PT se recusou a participar do ilegítimo colégio eleitoral.

Desde a sua fundação, o PT agregou vários setores desfavorecidos da sociedade brasileira em seu seio e começou a disputar o poder no plano institucional, nascendo diretamente dos anseios da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e dos oprimidos. Mesmo assim, a democracia ainda incipiente e com todas contradições que possui em um sistema produtivo capitalista, permitiu que o Fernando Collor de Mello, representando um setor oligárquico da elite nordestina, assumisse a Presidência da República com promessas vazias.

E um país que vinha de um processo colonizador exploratório cheio de contradições ao longo de séculos, que tinha passado pelas ditaduras varguistas, posteriormente por uma ditadura civil-militar financiada e apoiada pela CIA e pelo governo estadunidense, abriu as portas para o neoliberalismo. O Governo Collor, em sua reestruturação conservadora, abriu a frágil economia brasileira para o mercado externo, destruiu a incipiente indústria nacional e fomentou a competividade como valor inquestionável em nossa sociedade. Confiscou a poupança da sociedade brasileira e, perdido e pressionado em meio à denúncias massivas de corrupção, é retirado do poder. Vale a pena frisar o papel dos estudantes brasileiros que saíram às ruas com suas caras pintadas para novamente mostrar que o povo não é bobo. E que quando unido, tem força incrível!

O vice-presidente Itamar Franco assume o poder com o país mergulhado em uma inflação galopante, que chegou a ser inacreditável para economistas do mundo todo, já que muitos deles acreditavam que tamanho indíce inflacionário era impossível de manter qualquer economia em movimento. E dando fim a uma série de planos econômicos dos mais escabrosos possíveis, nasce a gênese do Plano Real. Seu ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso, é eleito presidente tendo esse plano como mote de campanha. E o PT comete um erro histório ao não apoiar o Plano Real, já que quem mais sofre com a inflação são os pobres e perde mais uma eleição. No primeiro mandato de seu governo, Fernando Henrique consegue estabilizar a economia, articula sua reeleição e consegue mais uma vez ser eleito, tendo as conquistas do Plano Real lhe servindo novamente para seu sucesso eleitoral. E começa um dos maiores descalabros da nossa história.

O segundo mandato de Fernando Henrique foi um crime. O seu governo sucateia o Estado brasileiro e privatiza tudo que é possível. O “grande” sociólogo brasileiro, reverenciado academicamente nos quatro cantos do mundo, esquece tudo que escreveu e entrega a “preço de banana” a maior parte do patrimônio construído com o suor do povo brasileiro. As privatizações brasileiras acabam sendo o gosto amargo do receituário neoliberal e o partido que se dizia social-democrata se mostra longe de ser democrata, evidencia que nada tem de social.

Chegou ao absurdo de um país que era considerado um dos maiores modelos mundiais de producão energética, tendo em suas usinas hidroelétricas e na produção de álcool uma matriz praticamente inigualável, a uma crise energética sem precedentes. Com as privatizações, quis transformar os cidadãos em clientes, já que o neoliberalismo só tem relação com agentes econômicos, não com cidadãos. E só é cliente quem tem dinheiro, não quem tem direito. E enfim, com o descalabro econômico e social que foram os anos FHC para a sociedade brasileira, é eleito a maior liderança do Partido dos Trabalhadores e o maior representante da classe trabalhadora desse país como Presidente da República: Luis Inácio Lula da Silva.

Nunca podemos deixar de fazer emergir as contradições, apontar os equívocos de qualquer governo. E em um sistema capitalista e as caóticas relações de força que se articulam sobre sua base produtiva, qualquer governo terá muitos. Com o governo do PT não foi diferente, já que setores conservadores se aliaram ao governo e impediram maiores avanços. Mas ao mesmo tempo, aqui estamos para gritar em alto e bom tom que esses oito anos nós tivemos o maior estadista contemporâneo do mundo liderando nosso país. Nós tivemos o melhor governo da história do Brasil. Nós construímos esse governo também, ao lado do povo, das mulheres, dos descamisados, dos indígenas, dos negros, dos movimentos sociais, de todos aqueles que ficaram fora do palco durante toda nossa existência enquanto nação.

Nós voltamos a nos orgulharmos de sermos brasileiros. Nós que éramos considerados um país de quinta categoria somos hoje uma das maiores potências econômicas do planeta. Nós que éramos devedores do FMI hoje somos credores. Na maior crise econômica dos anos recentes fomos o último país a entrar, o primeiro país a sair. Nós descobrimos uma reserva imensa de petróleo chamada de Pré-Sal, a maior dos últimos tempos, a partir dos investimentos na Petrobrás, que estava também para ser totalmente privatizada nos anos FHC. Se seguirmos com essa política desenvolvimentista, com distribuição de renda e possibilitando que as classes menos favorecidas sejam cada vez mais inseridas na classe média e aumentem seu poder aquisitivo, há previsões de que sejamos em alguns anos a quinta maior economia do mundo.

Pela primeira vez na história temos um membro do povo como presidente, um ser humano que ama esse país, que fala com seus representados como um igual, que luta diariamente para erradicar não apenas a fome no país, mas no mundo. E a maior contradição foi que mesmo para grande parte da elite, que sempre disse que o PT era um partido de oposição, que não poderia gerir o país, mostramos a eles que quem não sabe administrar são eles, que gerir no plano coletivo só pode ser para o coletivo, que estamos cansados de intelectualóides que vem aqui representar interesses que não são o de nosso povo.

Tiramos 20 milhões de pessoas da pobreza, inserimos 32 milhões de pessoas na classe média, inserimos novos valores em uma sociedade que tinha perdido as referências, que se pautava pelo mercado como ente fundamental, que tinha substituído sua diversidade de crenças e concepções pelo fundamentalismo neoliberal. Estamos no meio de uma revolução silenciosa, que sem fomento de ódio e sem matança, estamos todos nos transformando, dando um exemplo ao mundo todo do que é ser brasileiro, do que é ser democrático, do que é ser um país de todos.

O mundo hoje nos olha, espera de nós um caminho. A social-democracia européia afunda, o neoliberalismo estadunidense e seu império de guerra não convence mais ninguém, o crescimento chinês que devasta o meio ambiente não é a solução. E aqui temos um governo que está longe da perfeição, mas que é um sucesso. Nossa política externa é um exemplo, nossas políticas econômicas e sociais são admiradas no mundo todo, a alegria de nosso povo é comentada em toda parte. Nossas universidades hoje têm negros, indígenas, pobres. Os maiores impactos ainda estarão por vir, estão em gênese, quando todos esses que hoje podem comer irem estudar, quando esses que hoje estudam puderem produzir conhecimento. E a nós, nós que somos movimento social, cabe uma missão.

Nós temos que eleger Dilma Houssef, mostrar a todos que o Governo Lula é o Governo do PT. Que não se faz o que se quer, mas o que se pode, mas que esse poder vem do querer. Que herdamos uma história e agimos em cima disso. Nós, que temos a práxis transformadora como referência de ação, sabemos que no plano das idéias cabe tudo, mas que é preciso agir coletivamente com base na realidade concreta. Que não fizemos mais porque a correlação de forças não permitiu. Que queremos ainda mais mudanças, que queremos nos fortalecer para um dia não precisarmos mais nos aliar com esses setores de morte, com esses conservadores que compõem conosco apenas porque amam o poder, mas não amam nosso povo, não amam a vida que cresce nesse território lindo que chamamos de Brasil.

Nós sabemos que não adianta apenas eleger um presidente. Sabemos que precisamos eleger nossa presidente, que precisamos eleger parlamentares, governadores e prefeitos progressistas. Sabemos que precisamos ter os movimentos sociais fortalecidos, que precisamos ter nossos militantes nas ruas, que precisamos formar novas lideranças, precisamos aprofundar ainda mais a distribuição de renda, precisamos urgente de uma reforma agrária, precisamos cuidar dos nossos recursos naturais. E que não podemos, de jeito nenhum, deixar os exploradores voltarem, aqueles que não tem compromisso com nossa gente, com nosso povo, com nossa terra. Precisamos nos unir, ajudar os países e povos no planeta a se emanciparem, acabar com a fome, com a guerra, com o preconceito. Precisamos de modo urgente fazer reformas políticas, de comunicação, todas possíveis que forem do povo e para o povo. Precisamos fortalecer o PT, precisamos desmistificar o que a mídia raivosa fez, precisamos mostrar que nosso presidente é genial, mas que só fez o que fez porque tinha o PT como referência e apoio.

Em 2010 teremos uma disputa. Irão haver debates, mentiras e lutaremos contra uma chuva de informações distorcidas. Muitos intelectualóides irão se vender para criar belos discursos para eleger aqueles que venderam nosso patrimônio. A mídia de massa, capitaneada pela Revista Veja e Rede Globo, já estão em campanha. Querem nos fazer acreditar que Lula fez tudo sozinho, até porque não conseguem mais negar o sucesso que foi esse governo. E vão querer fazer crer que o PT está acabado, que o PT não tem nada que ver com isso. E nós iremos ser o contraponto.

Nós vamos mostrar que a força está no coletivo, que sozinho ninguém faz milagres. Vamos mostrar que a coalizão liderada pelo PT é a única capaz de manter e aprofundar as conquistas desse governo. Vamos mostrar que os que se travestem de novos são os velhos, que não tem muita diferença daqueles que aqui chegaram para serem lenhadores de nosso pau-brasil, daqueles que trouxeram nossos irmãos africanos para serem escravos aqui, daqueles que destruíram a natureza e a cultura dos nossos irmãos indígenas que aqui viviam. Vamos mostrar que se não estudamos, foi porque esses exploradores não nos deram condições. Mas que com os fatos e a realidade, não há argumentos nem pseudo-teorias que a modifiquem.

E a realidade para nós é essa: o Governo do PT foi o melhor governo da história desse país, o Governo do PT iniciou uma revolução democrática em nosso país, podemos avançar ainda mais e dar um exemplo ao mundo do que é desenvolvimento econômico com transformação social, iremos mostrar ao mundo que é possível crescer sem destruir nosso planeta. E que aqui em nossa terra, já nasceu a esperança, as sementes estão plantadas e pode nascer um exemplo para o mundo de um novo modelo de desenvolvimento: uma sociedade socialista, sustentável e pela Vida.

Vamos eleger Dilma Houssef, vamos eleger nossos parlamentares, vamos eleger nossos governadores. E vamos para as ruas comemorar com nosso povo, vamos nos fortalecer e estar com os movimentos sociais, com os sindicatos, com todos aqueles coletivos e sujeitos que querem mudanças reais, não apenas maquiagem ou reformas ilusórias. Vamos construir esse governo, vamos construir essa nação, vamos pressionar para transformar ainda mais, vamos para luta construir essa sociedade do futuro juntos, vamos ser sujeitos ativos e coletivos construtores da nossa própria história!

1A União Soviética nunca foi socialista, embora a revolução liderada por Lênin e Trotski tinha esse ideal em seu início. Um sistema produtivo e social em que o poder continuava concentrado em uma minoria que mantinha o domínio de outras classes através da posse dos meios de produção, de um regime de terror e da burocracia estatal não pode ser considerado socialista. Stalin e o grupo que o apoiou conseguiram deturpar o marxismo de um modo que chega a ser cômico, caso não tenha sido trágico.

*Texto produzido e aprovado em junho de 2010 pelos membros do Movimento Pela Manifestação das Forças da Vida (MOVIDA) e da Associação pela Nova Cultura (ANC), movimentos que são constituídos majoritariamente por membros do Movimento de Ação e Identidade Socialista do PT (MAIS PT) e Movimento MUDANÇA.
fonte:http://novacultura.blog.br/?p=125

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Casamento Gay

Há muito tempo, antes de Cristo, na Grécia antiga não havia diferenças e preconceitos de opção sexual. A cultura homossexual era aceita,homem se relacionava com homem normalmente, e as mulheres serviam como meio de reprodução. Porém estás eram mal tratadas, não possuíam a mesma moralidade que os homens. E com isso, um determinado grupo se revoltou com a situação, que se reuniram e foram morar em uma ilha chamada Lesbian, onde só viviam mulheres, dai o termo lésbica.
Com o percurso da história, as culturas foram se alterando, a religião veio para dizer que Deus só abençoa o casal se for de sexos opostos, que homossexualismo é coisa do demônio. A igreja se aproveitou de um período que poucos tinham acesso a leitura, educação, e fez com que a sociedade se transformasse naquilo que bem entendiam. Criando o isolamento, através de prisões, mortes, torturas de muitos que tinham a opção por escolher alguém do seu mesmo sexo.
Hoje, o que sobrou desse processo foi o preconceito. Mas através da globalização, onde as pessoas são livres para pensar, e ler, este processo esta mudando aos poucos. A Argentina se tornou nesta madrugada o primeiro país da América Látina a aprovar o casamento gay. Um avanço contra toda uma sociedade educada religiosamente. A própria igreja não percebe, mas perde milhões de fiéis por causa de sua posição. Quem tem um relacionamento gay fica totalmente excluído da religião, impedido de demostrar sua fé, e podendo gerar até mais um grupo de ateus. O Brasil precisa de mudanças como estas, um país considerado teoricamente laico não pode manter uma constituição tão atrasada e seguir uma ordem cultural religiosa.
Aprovar o casamento gay, é fazer com que uma cultura se liberte gradativamente do preconceito, é acabar com a violência xenofóbica, é a inclusão social de muitos que estão ocultos sem poder darem as caras, tendo vida dupla, não é qualquer um que aguenta viver assim. O Brasil precisa começar a pensar nas razões sociais que estão acontecendo por causa de seu conservadorismo e passar a aceitar as relações homoafetivas com grande urgência.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Socialismo não é utopia

É muito comum ouvir as pessoas dizendo: “socialismo é um sistema perfeito, mas é utópico”. Será mesmo? Ele ja existe e esta cada vez mais presente em nossa sociedade.
Vamos ao conceito. Socialismo é socialização de bens, de modo em que seja feito a distribuição riquezas, com o intuito de acabar com as diferenças sociais.

Porém vivemos em um sistema capitalista que existe a luta de classes, onde quem domina é a classe burguesa. A qual comanda todos os meio de comunicação em massa, fornecendo uma visão centralizada e proposital a população. Entre estas está a formação marginalizada do socialismo, fazendo com muitos associem esta organização, como: autoritária, fazedora de guerras e utópica. Distorcendo o real sentido ideológico do sistema. Falar em socialismo é dizer que quer acabar com a fome, com a miséria, dar direito a educação e saúde para todos.

A mídia não alimenta o lado burguês da situação, onde usufruem de meios bélicos para dominação. Lenin já dizia que todo império é construído através de guerras. E é isso o que acontece. Por que os Estados Unidos investem tanto em seu exército? Por que tem milhares de militares americanos espalhados pelo mundo?

Lenin também dizia que toda revolução é construído através de estratégias e pequenos passos. E isto já está sendo feito. Podem não perceber, mas de maneira silenciosa o socialismo esta se espalhando. O que as ONG’S fazem? Pegam o lucro da renda privada, e distribuem para o setor social, através de projetos melhorando a vida de muitos. Conhecem algum sistema que faz algo parecido? Muitos dizem que Lula não tem os mesmos ideais da época de sindicalista, mas não é o que vemos. O presidente criou o PROUNI, fez todas as universidades e faculdades particulares pagarem por aqueles alunos que não tem condições de bancar seus estudos. Isso é divisão de bens! Lançou o programa FOME ZERO, que é uns dos programas mais elogiados internacionalmente. Que leva a população de classe mais baixa a ter acesso a alimentos, impulsiona a agricultura familiar, e gera renda.

Temos uma visão errada de socialismo, se descontextualizarmos, vira todos estes feitos sociais já existentes. Com pequenos passos o mundo vai melhorando. Como dizia Gandhi: "Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente".

Por: Lucas Molinari

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Curitiba: cidade mais sustentável do mundo?

A capital paranaense tem o mérito internacional, por ser a cidade ecológica, que possui o maior sistema de separação de lixo do Brasil e recentemente recebeu o prêmio de mais sustentável do mundo. O termo sustentabilidade remete a promover a exploração das áreas mundiais, naturais ou não, com o intuito de prejudicar menos possível o meio ambiente. Porém para o transporte que é o meio necessário e utilizado por todos, não se tem estas atitudes por aqui.

Vamos aos fatos. Somos reconhecidos por nosso sistema de transporte público e sua eficiência. Nós utilizamos somente ônibus, e ônibus utiliza diesel para se locomover, e qual é o combustível que tem a maior produção de CO2? Pode ser que alguns utilizem biodiesel, mas toda frota ainda não. Querem incentivar a população a utilizar este meio de transporte, fazendo propaganda do tipo “aqui cabem 13 carros”. Quem gosta de acordar cedo para ir trabalhar, estudar e ter que ficar esmagado? Estas pessoas não pagam R$2,20 pensando: “estou fazendo um bem para o meio ambiente”, deixando seus automóveis em casa em prol de uma causa, estão lá por falta de opção. E se todos fizessem isto, seria o verdadeiro caos.

Há também o incetivo do uso da bicicleta. Mas onde está nossa ciclovia? Isto ainda não chegou por aqui. Se você quiser ir até o trabalho de bicicleta, terá que utilizar as caneletas do expresso, ou enfrentar o trânsito agressivo que não respeita o ciclista, com direito a buzina. Não temos segurança pública suficiente para garantir a liberdade da população. Quem optar por este meio de transporte corre o risco de voltar a pé e pelado para casa, devido ao grande número de assaltos. Passando São Paulo por número de homicídios.

Todos tem plena consciência de tudo que está ocorrendo hoje com o meio ambiente. Mas não recebem incentivo para deixar seus carros estacionados em casa. Falta apoio da prefeitura, que não se mostra preocupada com isso. Afinal, nos curitibanos já estamos com o terceiro prefeito em menos de dois anos.

Por: Lucas Molinari